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Palco do MIMO Paraty vai receber “A mulher do fim do mundo”

22/09/2016

Foto: Divulgação

Dona de um estilo inconfundível de interpretação e com mais de 60 anos de vida artística, Elza Soares não precisa provar mais nada a ninguém. Ainda assim, a cantora carioca volta a surpreender público e crítica com o inovador CD “A mulher do fim do mundo” (2015), que ela apresentará com a sua banda no palco do MIMO Festival em Paraty.

Atração da cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio no Maracanã, quando deu a sua versão ao “Canto de Ossanha” (clássico de Baden Powell e Vinicius de Moraes) , a extraordinária artista vive mais um momento de glória em sua trajetória com o lançamento deste primeiro álbum de inédita, o 34º da carreira.

Todas as composições foram feitas sob medida para a sua voz rouca e rascante por autores da vanguarda musical paulistana. Destemida, Elza canta samba, rock, rap, em arranjos sobrepostos por timbres arrojados, distorções e dissonâncias.

As composições falam de violência doméstica, transsexualidade, drogas e morte, entre outros temas tocantes e da atualidade. A faixa de abertura, “Coração do mar”, que ela interpreta a capella, é um poema de Oswald de Andrade musicado por José Miguel Wisnik – que foi o diretor artístico de seu bem-sucedido trabalho “Do cóccix até o pescoço”, com que concorreu ao Grammy Latino em 2003, na categoria “melhor disco de música popular brasileira”.

Unanimidade no Brasil e no exterior

A cantora recebeu o aplauso unânime da crítica brasileira e os mais importantes prêmios nacionais com “A mulher do fim do mundo”, como o da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e o Prêmio da Música Brasileira, na categoria “pop/rock/reggae/hip-hop/funk”.

Lançado em maio na Europa e EUA sob o título “The woman at the end of the world”, o CD da artista brasileira, que foi considerada pela rede britânica BBC como a “cantora do milênio” (2000), vem alcançando o mesmo êxito junto à crítica internacional.

“Elza Soares é uma artista viva, corajosa e, acima de tudo, não tem medo de nada. Nada é moderno demais para ela. Nenhuma dissonância a assusta, nenhuma distorção a intimida. Com sua fome do novo, se transforma sempre”, destaca o produtor e baterista Guilherme Kastrup, que montou o time de músicos para participar do projeto e assina a direção geral do show.

No repertório, também estão sucessos de Elza, como a contundente “Carne” (Seu Jorge, Marcelo Yuka e Wilson Capellette), “Volta por cima”, uma das mais conhecidas obras de Paulo Vanzolini, além de sambas de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho (“Pressentimento”) e Jorge Aragão (“Malandro”).

“Fazer pela primeira vez na vida um disco só de inéditas, depois de tantos anos na estrada, já foi pra mim uma grande surpresa”, comenta Elza, aos 79, feliz com a experiência: “Como são músicas que nunca tinha ouvido antes, precisei estudá-las mais a fundo. São arranjos muito caprichosos, com uma pegada rock’n’roll, e eu tinha que estar muito segura para dar conta. Por outro lado, senti uma liberdade de criação muito grande. Foi bom para ver que os caminhos não se esgotam”.

A concepção do show é pautada pelo conceito do disco, é urbano e foge do convencional. Elza urge sentada num trono metálico em um cenário cercado por mil sacos plásticos de lixo preto, idealizado por Anna Turra. Contracena com os músicos e cantores Rodrigo Campos e Graciliano Neto e é acompanhada pela banda formada por Kiko Dinucci (guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Rodrigo Campos (guitarra) – que assinam músicas do novo álbum – Felipe Roseno (percussão) e Guilherme Kastrup.

A veterana Elza Soares aparece recebeu duas indicações ao Grammy Latino deste ano. O álbum “A mulher do fim do mundo” disputa o prêmio na categoria “melhor álbum de Música Popular Brasileira”, enquanto a faixa “Maria da Vila Matilde concorre à “melhor canção em língua portuguesa”.


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