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O DNA do afeto

19/10/2016

Por Cristiane Batista / Trago Boa Notícia

Foto: Gustavo Otero

“Você nunca está só no mundo, porque tem um lugar de memória em comum. Quando você acha um ponto de cumplicidade com uma pessoa, estabelece-se a empatia e isso derruba preconceitos. O outro sou eu!”.

Na defesa deste espaço precioso, dedicado às lembranças afetivas que influenciam as pessoas a amarem, odiarem, sentirem medo ou saudade, o premiado escritor e músico cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa tem corrido mundo, ministrando palestras e workshops sobre o tema “Lugares de memória”. Desta vez, o local escolhido foi a Casa de Cultura de Paraty, como parte da programação do MIMO Festival, que se realiza na Costa Verde Fluminense há quatro anos consecutivos.

O encontro do pensador com o público do festival lotou o espaço, reunindo dezenas de pessoas que se inscreveram previamente através do site do MIMO. “Todo mundo nasce sabendo amar, ninguém nasce sabendo odiar. As células do coração têm mais memória do que as células do cérebro. Não à toa os indianos têm um Deus do coração, Vishnu, responsável pela manutenção do universo”, explicou o artista nascido em Tarrafal, na Ilha de Santiago.

O ex-ministro da Cultura de Cabo Verde promoveu uma verdadeira revolução no meio cultural cabo-verdiano nos cinco anos em que esteve à frente do ministério, até março de 2016. Refinado escritor, recebeu o Prémio Miguel de Torga, em 2015, com “Biografia do Língua” e se tornou o artista mais jovem a ser condecorado com a Ordem do Vulcão pela Presidência da República de seu país, em 2006, ao lado de Cesária Évora.

Compositor, multi-instrumentista e estudioso da música tradicional, Mário Lúcio foi fundador e líder do grupo musical Simentera e gravou com alguns dos principais nomes da MPB, como Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Gilberto Gil, atuando também ao lado de outros grandes nomes da música no mundo, a exemplo de Manu Dibango, Maria João, Mário Laginha, Pablo Milanés, Harry Belafonte e Teresa Salgueiro.

Com vários livros publicados e de volta aos palcos com o projeto “Peregrinasons”, em que viaja sozinho com sua guitarra e reúne músicos locais por onde passa, Mário Lúcio gosta de compartilhar seus conhecimentos musicais e literários.

Convidado pela direção do MIMO, ele mediará as palestras do Fórum de Ideias sobre “Lugares de memória” também nas edições do Rio de Janeiro e Olinda, em novembro. Confira datas e locais através do portal do festival mimofestival.com


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