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MIMO entrevista Cheikh Lô, um dos grandes nomes do festival

15/10/2016

Por: Raphael Bandeira

O ícone senegalês, Cheikh Lô, encerrará o segundo dia de programação do MIMO Paraty.  O artista cedeu uma entrevista à equipe do festival e conta um pouco de sua trajetória e o que levará ao concerto de estreia no Brasil.

Quais são as novidades do novo disco ? O ponto alto é o mbalax, não é ? Como o senhor faz para apresentá-lo ao público mais jovem ?

Meus concertos são repletos de juventude, jovialidade. O ponto alto é o mbalax, sim, pois procuro preservar os valores de um tempo e a verdade da alma, as raízes, mas sempre de olho no futuro. Meu último álbum, “Baubalou”, é mais completo e quero fazer qualquer coisa de especial e de mais espiritual possível, como sempre .

Normalmente, os artistas lançam álbuns todos os anos, enquanto o senhor prefere fazer lançamentos com uma distância média de cinco. O senhor prefere dedicar mais tempo à pesquisa e experimentação?

Sei que na cultura ocidental não é assim: você faz um álbum e, a cada ano, um álbum. Acho que não é este o caminho. Temos de parar com esse ritmo louco da vida, o capitalismo de mercado. Não vamos destruir o sistema, mas podemos dar uma pausa, relaxar, ter a capacidade da reflexão. Minhas canções são gravadas no estúdio, mas, depois, que apresento ao vivo, continua a crescer (a amadurecer, se transformar) com a resposta do público. É uma mensagem que depende do público e tudo isso não é uma questão de um ano, porém de mais tempo.

Qual é a sua expectativa da sua estreia no Brasil, dentro de um festival como o MIMO, que reúne artistas de toda parte, estilos, gêneros e idades distintos? O concerto é comemortaivo de 40 anos de carreira ?

É uma grande honra apresentar a minha música dentro de um festival como o MIMO, que reúne artistas sublimes de toda parte do mundo, todos eles grandes representantes da cultura. Este será um concerto dedicado a celebrar a minha carreira e farei uma viagem por todos os meus álbuns, tocando ao lado de uma super banda, formada pelos meus músicos senegaleses e também por grandes músicos brasileiros.

Qual é a sua relação com a música brasileira, o senhor que esteve na Bahia com o Ylê Ayê e gravou com a cantora Flávia Coelho. Encontra pontos de conexão entre as músicas do Brasil e do Senegal?

Certamente existe esta conexão entre a música da África e da América,elas estão completamente unidas. É uma viagem de ida e volta. Ao longo dos anos, houve um êxodo da África para a América. O mbalax, a música que vem de Cuba, do Brasil, dos Estados Unidos… é a mistura dos diferentes ritmos com os ritmos africanos. A percussão no Brasil também está no coração da música, na África acontece exatamente a mesma coisa. Não se trata de uma casualidade, nós partimos do mesmo ponto, da terra, do coração.

 


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