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Ney Matogrosso encerra o MIMO Rio em grande estilo na Praça Paris

31/10/2016

Por: Deborah Dumar

Foto: Divulgação

Um dos maiores e mais premiados artistas do Brasil, Ney Matogrosso apresentará ao público da edição carioca do MIMO Festival um dos maiores sucessos de sua trajetória, o espetáculo “Atento aos sinais”, que estreou em 2013 e com o qual celebra 40 anos de carreira. Desde então, foi levado às principais cidades brasileiras e a alguns países, como Portugal, Argentina e Uruguai. Caberá a ele fazer o concerto de encerramento do MIMO Festival em um dos mais belos cartões-postais do Rio de Janeiro: a Praça Paris, na Glória, às 20h30 do dia 13 de novembro (domingo).

A exemplo de toda a programação do MIMO – que já passou este ano pelas cidades históricas de Ouro Preto, Tiradentes e Paraty, novamente coroado de sucesso – a apresentação de Ney Matogrosso tem entrada franca. Porém, convém chegar mais cedo, uma vez que o ingresso dos espectadores estará sujeito à lotação do espaço.

O cantor não esconde o entusiasmo que sente por fazer o concerto a céu aberto, no palco que será montado de frente para a Baía de Guanabara. Confessa que também está empolgado com a chance de mostrar seu mais recente trabalho aos milhares de fãs que têm na cidade e que, muitas vezes, não dispõem de meios para assisti-lo em casas de shows ou teatros.

“Acho ótimo o show na Praça Paris, é um lugar tão lindo da cidade e tão mal aproveitado! Vai ser ótimo apresentar um show ao ar livre, vou poder dançar à vontade, coisa que o teatro nem sempre permite. Estou superfeliz em fazer este show!”, comentou o artista, ao telefone, destacando ainda que “Atento aos sinais” é bem pop: “Sendo uma coisa mais próxima do rock’n’roll, tenho mais liberdade cênica do que em um show temático, como  ‘Inclassificáveis’, ou ‘Bandido’, que era quase um recital”.

Roteiro traz músicas de jovens e consagrados autores

A banda que acompanha Ney Matogrosso neste espetáculo é formada por Sacha Amback (direção musical e teclado), Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), André Valle (guitarra), Aquiles Moraes (trombone) e Everson Moraes (trombone). Os figurinos ousados levam as assinaturas de Ocimar Versolato, Marta Reis e Milton Cunha.

O nome do premiado projeto, que se transformou em CD e, em seguida em um CD e um DVD ao vivo, foi tirado dos versos da música “Oração”, de Dani Black, que o artista achou interessante e conveniente na atualidade: “Peço aos céus para me protegerem e eu não hei de ceder/Ao vazio desses dias iguais/ Mal em mim nunca há de fincar/ Mel em mim nunca há de findar/ Olhos nus e atentos aos sinais/ Faço fé pra poder ver a vida/ há de ser sempre mais”.

Por este trabalho, Ney – que recebeu o Grammy Latino em 2014 pelo conjunto da obra – foi duas vezes vencedor do Prêmio da Música Brasileira em 2015, como “melhor cantor” e “melhor álbum” na categoria pop/rock/reggae/hip-hop/funk.

O espetáculo abre com “Rua da Passagem (Incêndio)”, de Arnaldo Antunes e Lenine, e prossegue com músicas de Paulinho da Viola (“Roendo as unhas”), Itamar Assumpção (“Noite torta”, “Isso não vai ficar assim” e “Fico louco”), Pedro Luís (“Incêndio”), Martinho da Vila (“Ex-amor”), Caetano Veloso (“Two Naira Fifty Kobo”), Lobão & Bernardo Vilhena (“Vida louca vida”), Cazuza & Frejat (“Poema”).

E, ainda, composições de Criolo (“Freguês da meia-noite”), Vitor Ramil (“A ilusão da casa” e “Astronauta lírico”), Rafael Rocha e Alberto Continentino, da Banda Tono (“Samba do blackberry”), Beto Boing e Paulo Passos, da banda Zabomba (“Pronomes”) e do rapper alagoano Vitor Pirralho (“Tupi fusão”), entre outros.

O cantor também incluiu no repertório um sucesso dos Secos & Molhados, “Amor” (João Ricardo e João Apolinário). O trio que agitou o cenário musical brasileiro na década de 1970, no auge da ditadura militar, alcançou enorme sucesso não só pela qualidade musical, como pelos figurinos e maquiagens extravagantes.

Ney Matogrosso destaca que “Atento aos Sinais” é um show que o aproxima justamente dos tempos de Secos & Molhados. Reconhecidamente um dos melhores lighting designers brasileiros e caprichoso como poucos, Ney assina a luz de “Atento aos sinais”, em parceria com Juarez Farinon.

‘Tenho as melhores impressões sobre o MIMO’

Não é de hoje que Ney Matogrosso conhece o MIMO. Em 2014, a convite do Festival MIMO de Cinema, ele foi prestigiar o lançamento, em Paraty, do documentário que refaz a sua trajetória, “Olho nu”, dirigido por Joel Pizzini, com quem já havia trabalhado em “Caramujo-flor” (1988), curta-metragem que homenageia o poeta Manoel de Barros. O filme, que também foi exibido nas edições de Ouro Preto e Olinda do festival, fez tamanho sucesso que a organização teve de realizar sessões extras.

A cidade de Paraty estava lotada na edição de dez anos do MIMO e Ney chegou a indagar aos jornalistas, durante a entrevista coletiva: “É muita gente! É sempre assim?”. No ano passado, ele apareceu em outra produção do festival, no documentário “Yorimatã”, de Rafael Saar, que reconstitui a trajetória das cantoras e compositoras Luhli e Lucina. Elas assinam diversas músicas em muitos discos do cantor. Foi Luhli quem promoveu o encontro entre Ney Matogrosso e João Ricardo, o que resultou na formação clássica dos Secos & Molhados.

Ney conta que pensou em seguir carreira de ator em teatro, mas que isso não acabou acontecendo. “Eu era um hippie solto no Rio de Janeiro, que trabalhava com artesanato na casa da Luhli, em Santa Teresa. Queria ser ator, mas não era entrosado com o meio. Cheguei a fazer teatro um pouco antes de ir para São Paulo, uma peça infantil com a Regina Duarte no Teatro Casa Grande. Aí, a Luhli me apresentou ao João Ricardo”, relembra o artista.

Em compensação, atuou em vários filmes, desde os anos 1980, como “Sonho de valsa” (1987), de Ana Carolina, “Luz nas trevas – A volta do bandido da luz vermelha” (2010), de Helena Ignez e Ícaro C. Martins, “Depois de tudo” (2011), de João Araújo, “Primeiro dia de um ano qualquer” (2012), de Domingos de Oliveira, e “Poder dos afetos” (2013), de Helena Ignez, além dos já citados “Olho nu e “Caramujo-flor”.

De volta ao MIMO, desta vez no palco, Ney Matogrosso fala de suas impressões sobre o festival, que se realiza em cidades históricas e oferece gratuitamente ao público um cardápio rico de atividades: “As impressões que o MIMO me deixou foram as melhores possíveis, eu gostei de tudo! O festival acontece em lugares interessantes e meu filme foi levado para um público que talvez não tivesse a oportunidade de assisti-lo”.

 


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