O aBRAço de Paraty e Senegal
Por: Cristiane Batista
Foto: Andrea Nestrea
A Casa da Música de Paraty ficou pequena nesta sexta-feira, para receber o workshop MBalax, a música do Senegal. Mais do que compartilhar saberes milenares, o cantor e percussionista Cheikh Lô provou ser mesmo da linhagem dos “cheikhs”, considerados os “velhos sábios” na África.
Ícone em seu país e vencedor do prêmio de “Artista do ano” em 2015 no Womex – importante plataforma de rede internacional para a música do mundo -, o senegalês ouviu atentamente os percussionistas locais que se inscreveram antecipadamente para a aula prática. Com eles, movimentou o espaço em uma série percussiva pra lá de animada: “A célula rítmica é a mesma, nós temos a mesma alma negra”, disse ele.
Aline Santana, 26, tocadora de Abê, instrumento percussivo semelhante a um chocalho, se interessou pelo workshop assim que soube e começou a pesquisar sobre o tema na internet: “Saio impressionada com a generosidade dele, como tem o dom de costurar as pessoas com o som, o tempo e o pulsar do coração. Se você tem este canal aberto, tudo fica mais simples”, avaliou.
O músico carioca Rogerio Arthur Fortunato, 36, não perdeu tempo e resolveu entregar seu CD, “Unidade Gruvital”, a Cheikh: “A ponte entre Brasil e África é muito forte e essas vivências ajudam a nos aproximar ainda mais. Não ia perder essa oportunidade né?”
Cheick Lô e banda se apresentam neste sábado, 15, às 00h00 no palco Praça da Matriz.