Referência no dub, engenheiro de som e produtor musical britânico, Prince Fatty se apresenta no MIMO Brasil com a vocalista Shniece McMenamin e o cantor, compositor e MC brasileiro Monkey Jhayam, artista com destaque na cultura sound system da América Latina. O trio se reuniu no país em 2018, para divulgar o álbum “The Rolê of Monkey Man Tour”.
Prince Fatty havia visitado o Brasil em 2014 para dar uma assuntada no que se passava na cultura sound system por aqui e conheceu Monkey Jhayam. A identificação foi imediata, justamente pela mistura que ele fazia com o hip hop. Desde então, passaram a trabalhar juntos em algumas músicas.
A assinatura do contrato em 2016 do artista de Santo André (SP) com o lendário selo americano Delicious Vinyl – que fez história na época de ouro do hip-hop, nos anos 1990 – tinha como objetivo formalizar o lançamento de singles e álbuns produzidos por Prince Fatty.
Eles fizeram uma turnê pela Inglaterra e América Latina a partir de 2017 e o primeiro produto saiu em setembro de 2018, com o título “Prince Fatty Presents: The Rolê of Monkey Man”, álbum que teve a participação de artistas convidados, como Horseman, Fatlip (Pharcyde), Nina Miranda (Smoke City), Tippa Irie, Earl 16, Dub Judah e Omar Lye-Fook, além da própria Shniece. No mesmo ano, saiu o single “Vem comigo (90% of me is you”).
Assinatura musical – O produtor Mike Pelanconi, que adotou o nome artístico de Prince Fatty, iniciou sua carreira nos anos 1990, com o boom do acid jazz, investindo mais tarde nas vertentes da música jamaicana e criando uma assinatura musical urbana ao misturá-las ao hip-hop. Tornou-se conhecido pelo uso de equipamentos de estúdio diferentes e, muitas vezes, analógicos.
Um inesperado sucesso veio em 2005, quando a empresa de roupas Stüssy criou uma linha inspirada nos estilos vívidos e enraizados da Jamaica e buscava um single de edição limitada para comemorar os 25 anos da marca. Ele, Nasser Bouzida e Trevor Hardin, do Big Boss Man, criaram então a faixa instrumental “Nina’s dance”, que recebeu airplay na BBC Radio 1. Depois disso, Prince Fatty decidiu fazer um álbum em homenagem ao que ele considerava uma das eras mais vibrantes da música jamaicana.
Posteriormente, Pelanconi cooptou em definitivo o nome Prince Fatty – uma referência irônica ao engenheiro de som jamaicano Tubby King, que influenciou o desenvolvimento do dub nas décadas de 1960 e 1970 – intitulado “Survival of the fattest”, para o qual montou uma superbanda com grandes nomes do reggae.
Foram convidados o saxofonista afrobeat Bukky Leo, o baterista Style Scott, do Roots Radics, a seção de trompas do Nostalgia 77 e o órgão Hammond dos Bubblers, da Ruff Cut Band. Para arrematar, chamou para os vocais Hollie Cook, da formação final da banda The Slits e filha do ex-baterista do Sex Pistols Paul Cook, além de Winston Francis e Little Roy.
O álbum foi gravado em equipamentos analógicos vintage, a fim de preservar o som característico dos discos de reggae e dub, mas Pelanconi deu, digamos, uma “atualizada” no som, acelerando os tempos e usando como ingredientes as influências modernas do hip-hop. Prince Fatty colaborou ou produziu vários álbuns e lançou singles, entre eles “Black rabbit”, com Shniece McMenamin (um cover de “White rabbit”, do Jefferson Airplane ).