A carismática e dinâmica saxofonista americana de jazz, funk e R&B, Lakecia Benjamin já dividiu o palco com grandes artistas, a exemplo de Stevie Wonder, Macy Gray, The Roots e Alicia Keys. A artista nova-iorquina, que tem forte presença cênica, chama a atenção por fundir com maestria as concepções tradicionais do jazz, hip hop e soul e é considerada uma das maiores representantes da nova cena musical de Nova York.
Lakecia, que se apresentou na cerimônia de posse de Barack Obama, em 2009, foi eleita pelos críticos da revista especializada “Downbeat” em 2020 como uma estrela em ascensão e artista revelação do ano, pela Associação de Jornalistas de Jazz. Isso se deveu ao impressionante lançamento de “Pursuance: The Coltranes”, álbum primoroso em que reverencia a obra de John e Alice Coltrane.
Em “Pursuance”, homenageia aqueles que vieram antes e traz líderes de banda inovadores, como Reggie Workman, Ron Carter, Gary Bartz, Dee Dee Bridgewater, Meshell Ndegecello, Regina Carter, Bertha Hope, John Bernitez, Greg Osby e Marcus Gilmore, entre outros. Antes desse álbum, ela havia gravado “ReTox” (2012), que tem uma pegada mais funk e de soul music, e “Rise Up” (2018), que traz uma conexão com o rap.
No novo álbum de estúdio e quarto de sua carreira, “Phoenix” (2023) – já considerado “excepcional” pela crítica – ela demonstra a sua evolução musical como instrumentista e compositora, ao lado de um elenco estelar de músicos. Entre os convidados especiais, estão Dianne Reeves, Georgia Anne Muldrow, Patrice Rushen, Sonia Sanchez, Angela Davis e Wayne Shorter (que faleceu em março deste ano).
O novo trabalho foi produzido pela virtuosa baterista de jazz e produtora Terri Lyne Carrington, que recebeu vários prêmios Grammy em sua carreira, o mais recente pelo álbum “New Standards V. 1” (2022).
A banda de Lakecia Benjamin é formada por Josh Evans (trompete), Victor Gould (teclados), Orange Rodriguez (sintetizadores), o baterista Enoch (EJ) Strickland (bateria), Nêgah Santos (percussão) e Ivan Taylor (baixo).
Fase inicial – Ela cresceu no bairro Washington Heights, que se tornou a comunidade dominicana mais proeminente dos Estados Unidos no século 21, e passou a adolescência ao som do merengue, da salsa e de outros ritmos caribenhos.
Aprendeu a tocar sax na Fiorello LaGuardia High Scool for the Performing Artists. A partir daí, ingressou no renomado programa de jazz da New School University de Nova York. A esta altura, já tocava com figuras renomadas do jazz, como Clark Terry e Reggie Workman, e foi apresentada a uma variedade de artistas, com quem viria a tocar e sair em turnês, como Gregory Porter, Rashied Ali, Christian McBried e James “Blood” Ulmer. A fim de mostrar suas composições, criou a banda Soul Squad.
Ela representa o novo jazz, mesmo que nem sempre seja jazz o que ela toca. Sua musicalidade é repleta de influências da música negra norte-americana, mas nem sempre instrumental, pois ela também convida cantores para colaborar em seus álbuns. O que ela quer é fazer as pessoas dançarem, como já revelou em entrevista. “Sou a única musicista da família, e comecei porque tinha de escolher uma matéria opcional na escola. Escolhi música.”