MIMO Paraty reverencia a mulher
Por Deborah Dumar
Foto : Beto Figueiroa
A necessária ocupação de espaços públicos pela cultura e o patrocínio continuado por anos foram dois dos principais tópicos abordados no encontro das diretoras do MIMO Festival, Lu Araújo, e da Flip, Belita Cermelli, com gestores de eventos e participantes da International Festivals Academy, promovido pelo British Council, A atividade ocupou a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, em Paraty, na manhã de sábado, como parte da grade de cursos da academia internacional de festivais, promovido pelo British Council, e da Etapa Educativa do MIMO, que se realiza pelo quinto ano consecutivo na cidade da Costa Verde e se estende até a noite de amanhã. O line-up do festival em Paraty este ano foi dedicado exclusivamente ás mulheres.
As diretoras trocaram informações com o público sobre as suas experiências à frente dos dois importantes festivais, que movimentam o turismo e o comércio da região, as singularidades de cada um, as dificuldades que são obrigadas a enfrentar a fim de manter a qualidade da programação e a fidelidade do público, a construção de parcerias, a curadoria, entre outros temas de relevo.
Oferecendo uma programação inteiramente gratuita, o MIMO Festival abriu a nova edição em Paraty, na noite de sexta, com o concerto do duo formado pela flautista Andrea Ernest Dias e a violonista Elodie Bouny, na igreja lotada.
No palco da praça, As Bahias e a Cozinha Mineira lançaram a tour do novo álbum da banda, “Bixa”, e o encerramento coube a Liniker e os Caramelows, que anunciou seu novo álbum. A entusiasmada plateia tomou conta do Centro Histórico da cidade, cantando e dançando até a madrugada.
Por sua vez, o público do Festival MIMO de Cinema formou fila desde o início da noite na Casa da Cultura de Paraty para assistir às produções inéditas e com temática musical, selecionadas para esta edição. “Bambas”, de Anná Furtado, “O piano que conversa”, de Marcelo Machado, “Ilu Obá de Min – Uma homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra”, de Beto Brant, e “Clara estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir, foram escolhidas para a noite de abertura.
Mais cedo, no mesmo local, a cantora e compositora londrina Ala.Ni e a trans Liniker falaram de suas trajetórias e processos de criação. Na tarde de hoje, também na Casa da Cultura, a conceituada cantora portuguesa Teresa Salgueiro, ex-cantora do Madredeus e que está lançando novo álbum, “O horizonte”, fez uma palestra sobre o fado e Amália Rodrigues. Ela vai se apresentar amanhã, no palco da Matriz, como atração de encerramento do MIMO.