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Céu levará o premiado ‘Tropix’ ao palco do MIMO em 23 de julho

10/05/2017

Por Deborah Dumar

Foto: Divulgação

Uma das vozes de maior brilho de sua geração, desde que surgiu em 2005, Céu apresentará em Amarante seu mais recente trabalho, “Tropix”, o quarto disco de carreira, que assinala a sua adesão às batidas eletrônicas. O disco foi vencedor do Grammy Latino 2016 de “melhor álbum de pop contemporâneo em língua portuguesa” e “melhor álbum de engenharia de gravação” e acaba de ser indicado ao A2IM Libera Awards 2017, um dos principais prêmios da música independente americana, na categoria “world music”.

Em “Tropix”, a cantora e compositora mistura referências tropicais à sonoridade eletrônica, revisitando o trip hop dos anos 1990, a discoteca do final dos anos 1970 e o R&B dos anos 1980, porém com um olhar contemporâneo.  Unanimidade da crítica, o novo disco foi produzido pelo marido, Pupillo, baterista da Nação Zumbi, e o músico francês Hervé Salters, da banda General Elektriks e rendeu-lhe o prestigiado prêmio de Artista do Ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, o topo da relação dos melhores discos da “Rolling Stone Brasil”, menção em publicações estrangeiras como a “Wired” e a “PopMatters”, entre outras.

Céu já se apresentou em importantes festivais no Brasil e no exterior, como Rock in Rio, Lollapalooza, Montreal Jazz, JVC Jazz, Coachella e Roskilde e faz, agora, a sua estreia no MIMO Festival. Em Amarante, ela se apresentará no dia 23 de julho, no Parque Ribeirinho, acompanhada por Lucas Martins (baixo), David Boveé (guitarra), Thomas Harres (bateria) e João Leão (bateria).

Primeiros anos 

Maria do Céu Whitaker Poças nasceu em uma família ligada às artes – a mãe é a artista plástica Carolina Whitaker e o pai, o maestro, compositor e arranjador Edgard Poças (“Balão mágico”). Teve aulas de canto lírico e lições de violão e piano com o pai. Com a casa frequentada por gente da música, cresceu acostumada a ouvir o pai ao violão e a mãe cantando serestas, cirandas e afro-sambas. Recebeu os primeiros cachês gravando jingles.

Aos 18 anos, ao contrário dos amigos que se preparavam para ingressar na universidade, ela decidiu se mudar para Nova York, onde trabalhou como garçonete, faxineira e cantou. Conheceu os produtores e autores de trilhas do cinema Antonio Pinto e Beto Villares, que a ajudaram a montar o primeiro disco, em que ela assina a maioria das faixas e Beto, a produção. Foi lá também que Céu se tornou amiga de Tejo Damasceno, que a apresentou ao coletivo paulistano Instituto.

O álbum de estreia, que leva seu nome, chegou ao mercado brasileiro em 2005, foi distribuído dois anos depois nos EUA, Europa e Japão, coroado com o Grammy Award em 2007, na categoria “melhor álbum de world music contemporânea” e proporcionou-lhe a primeira turnê mundial. Com o lançamento pelo selo musical da rede norte-americana de cafeterias Starbucks, Céu foi a primeira estrangeira a figurar na série “Hear Music Debut” e vendeu mais de 110 mil cópias no mercado americano e de 400 mil no mundo.

Fazendo uma bem equilibrada mistura do samba, eletrônica, o regional, o rap, o jazz e o reggae, a artista declarou naquele ano, em entrevista à “Folha Ilustrada”, que, apesar de não rejeitar o rótulo MPB, acreditava que ele ficou pequeno para tamanha diversidade: “O rótulo da MPB ficou limitado. Ele é bem abrangente, afinal é música popular brasileira. E me considero isso. Quando vou fazer um som, me alimento não só de coisas específicas. Gostamos de ouvir música da Jamaica, agora estou escutando música etíope. Não penso que música estou fazendo. Simplesmente faço um som”, ponderou, à época.

Enquanto as músicas “Lenda” e “Malemolência” faziam sucesso nas trilhas das novelas “Pé na jaca” e “Beleza pura” (Rede Globo), Céu avançava, com êxito, no exterior, alcançando o Top 200 da “Billboard”, posição que só fora ocupada por uma artista brasileira em 1964, quando Astrud Gilberto despontou com “Girl from Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Projeção internacional

A jovem cantora paulistana ganhou visibilidade mundial, ainda em 2007, na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Emocionou o Maracanã lotado, desfilando pelo cenário que reproduzia a Praia de Copacabana – no quadro “Energia da água” – e cantando uma das pérolas da obra de Tom Jobim, “Wave” (“Vou te contar”).

Naquele mesmo ano, foi convidada a gravar uma das faixas do CD “Pixinguinha no cinema”, interpretando, em francês, a valsa “Seule”. O álbum, que reúne também as vozes de Elza Soares, Jards Macalé, Diogo Nogueira, Marcelo Vianna e Mariana de Moraes, resgata a histórica parceria do autor de “Carinhoso” e Vinicius de Moraes, que se uniram para escrever a trilha para o filme “Sol sobre a lama”, de Alex Viany (1963). O lançamento do disco deu origem ao premiado curta “Nós somos um poema”, dirigido por Sergio Sbragia e produzido por Lu Araújo, diretora-geral do MIMO.

Os álbuns seguintes da cantora, “Vagarosa” (2009) e “Caravana Sereia Bloom” (2012), foram igualmente bem-sucedidos junto à critica e indicados ao Grammy Latino de “melhor álbum de pop contemporâneo brasileiro”. Céu gravou o afro-samba “Tempo de amor”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, para o álbum “The Imagine project”, de Herbie Hancock, que recebeu um Grammy em 2011 e do qual também participaram Wayne Shorter, Tinariwen, Dave Mathews e John Legend, entre outros nomes da música do mundo.


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