“Looping solo” é um concerto onde Manuel de Oliveira adapta obras da sua autoria e uma versão do tema “Venham mais cinco”, de José Afonso, a um formato de concerto a solo. É de maneira sublime que Manuel de Oliveira, com um violão, uma viola braguesa e algumas percussões, nos transporta para o seu universo musical, único.
Recorrendo a uma tecnologia que lhe permite gravar uma série de sons em tempo real, é de forma virtuosa e sem precedentes que o músico nos faz imergir numa viagem profunda que nos retira a noção de tempo.
Na música de Manuel de Oliveira, fronteira, território, comunidade e identidade serão sempre palavras-chave. Se todo artista procura a forma original de se expressar, em Oliveira – do primeiro “Ibéria” ao mais recente “Entre-Lugar” – a música é sempre a tentativa de reconstruir um território e uma identidade, a procura constante por algo sempre inacabado, como uma comunidade ou uma voz.
Nessa constante metamorfose existencial, enquanto guitarrista, compositor e produtor, tem-nos revelado, ao longo de mais de 20 anos, uma obra de identidade singular, imediatamente reconhecível na sua constante mutação.
Nascido em 7 de julho de 1978, em Guimarães, Portugal, Manuel de Oliveira a prendeu a tocar violão com o pai, Aprígio Oliveira. De percurso autodidata, procurou viajar e estar em contato com outras culturas fortes da guitarra, como o flamenco, a música sul-americana e o fado.
Consolidou, assim, um vasto percurso internacional, assumindo-se como um dos mais profícuos violonistas contemporâneos e ficou como conhecido como o violonista ibérico, entregando às suas músicas os reflexos de uma alma ibérica, que lhe corre nas veias, mas sem abrir mão da veneração intemporal por suas origens e tradições.
Destaque para a edição internacional do álbum “Amarte” e a presença em alguns dos mais importantes festivais europeus, como Emociona Jazz!! (Espanha) e Couleurs Jazz (França), ao lado de Brad Mehldau, Chick Corea, Mike Stern e Richard Galliano, entre muitos outros.
Concebeu “Os nossos afetos”, espetáculo de abertura da Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, com Cristina Branco, Chico César e Rão Kyao. Em 2016, “Ibéria Live”, com os conceituados Jorge Pardo e Carles Benavent, fundadores do Flamenco Jazz, que esgotou o CCB e a Casa da Música.
20 anos de carreira – Os últimos anos têm sido de criação para o violão solo e de parcerias com a violoncelista Sandra Martins e o acordeonista João Frade. “Entre-Lugar”, lançado no final de 2020, é o álbum resultante desta colaboração e conta ainda com as participações especiais do fadista Marco Rodrigues e do baterista e percussionista Marito Marques, entre outros.
O novo álbum “Ibéria 2022”, com Jorge Pardo e Carles Benavent, assinala 20 anos de carreira do compositor e do seu primeiro álbum “Ibéria”, projeto que inaugurou a parceria com os músicos espanhóis.