MIMO

Patrocínios Patrocínios

BRUNO CAPINAN Brasil

Artista brasileiro radicado no Canadá, o cantor e compositor Bruno Capinan está de volta ao país para apresentar no palco do MIMO o seu novo álbum, “Tara rara” (2022). Gravado na fase aguda da pandemia da Covid-19, o disco traz onze composições autorais, com ingredientes da Tropicália, da Bossa Nova, do samba, da música baiana, entre outros ritmos que cresceu ouvindo, além do trap e do funk carioca. 

As vozes foram gravadas em Salvador, os instrumentos no Rio de Janeiro, São Paulo e Toronto, a mixagem foi feita em São Paulo e a masterização nos Estados Unidos. Em “Tara rara”, o artista aborda as lutas do povo negro e fala do desejo, sob a ótica gay. 

Bruno Capinan convidou para a percussão o ritmista carioca Marcelo Costa (que já trabalhou, entre outros, com Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto e Maria Bethânia), uma orquestra de músicos LGBTQI+, de Toronto, além do australiano Adrian Astro Perger. Bem Gil assumiu os violões, enquanto a produção coube à jovem paranaense Vivian Kuczynski, então uma adolescente.

“É um disco de gerações. Tem o Marcelo de uma, depois vem eu e o Bem, e por último a Vivian, que é do universo eletrônico. São três gerações fazendo música brasileira e trazendo novas sonoridades”, comentou em entrevista ao jornal “A Tarde”.

Seu sexto disco de carreira abre com a “Ode ao povo brasileiro”: “Sou sul-americano, sou de São Salvador, a Bahia já me deu e ninguém pode tirar, sul-americano, sou filho de Oxalá, viajei para levantar meu império, minha voz, sul-americane, preto, gay, ocidental, da carne de carnaval, no meu sangue a dor dos meus…”). Na letra, o compositor faz referência a João Gilberto, Marielle Franco, Elza Soares, Gilberto Gil, Pixinguinha, Itamar Assumpção, Tom Jobim, Di Cavalcânti, Dorival Caymmi, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, entre outras personalidades da nossa cultura.

O trabalho de Bruno Capinan foi mais uma vez bem recebido pela crítica. O jornal francês “Libération” descreve o novo álbum como um “rugir de delicadas percussões, entrelaçando cordas sutis de violões e cellos, além de uma voz que não revela sua identidade nem levanta o tom”. Sua voz já foi classificada pelo britânico “The Guardian” como “acrobática, sensual e ao mesmo tempo, angélica e profana”.

A música “Qualquer lugar” foi escolhida para ser o primeiro single deste novo álbum. O videoclipe – que evidencia a intensidade da letra, através das belíssimas paisagens e da interação do artista com um parceiro de cena – foi gravado na Chapada Diamantina e acabou ganhando o prêmio de “best audience impact” pelo MVawards. https://youtu.be/zfhYMFasUPc

Trajetória – O primeiro álbum de Bruno Capinan saiu em 2010, intitulado “Gozo”, e já chamou a atenção para o artista. Em 2014, ele lançou “Tudo está dito”, com produção de Luisão Pereira (ex-Penélope e Dois em Um), Bruno di Lullo (baixo – Tono, Gal Costa), Domenico Lancellotti (bateria – Gal Costa) e Junix (guitarra – BaianaSystem). 

Mas foi com o álbum seguinte, “Divina graça” (2016) – produzido pelo carioca Domenico Lancellotti e gravado no Canadá com Bem Gil – que seu nome ganhou amplo reconhecimento no Brasil e no exterior. “Divina Graça” também foi lançado no Japão, pela gravadora P-vine Records, mas em edição especial, com faixa bônus e capa diferente da brasileira

A Associação Paulista de Críticos de Arte colocou o álbum “Real” – produzido por ele e o engenheiro de som de discos da banda Arcade Fire, Mark Lawson – na relação dos 25 melhores do segundo semestre de 2019 e, em 2020, saiu “Leão alado sem juba”. Da parceria com o multi-instrumentista japonês Jun Miyake, iniciada em 2017, Capinan gravou as canções “Pontual” e “Alta maré”.

Mas o que motivou o artista, nascido na quente e vibrante capital baiana, a ir morar no frio do Canadá? Ao jornal “A Tarde” e ao britânico “The Guardian”, ele conta que foi bullying por ser gay. “Já me sentia uma pessoa não binária, mas não sabia o que era na época. Depois de passar por um episódio violento, saindo de uma balada em Salvador, aquilo me causou tanta dor que decidi sair. Falei para os meus pais que queria estudar fora, e, quando cheguei, falei que não voltava mais”.

BRUNO CAPINAN
Skip to content